Saúde

Prefeitos da Região Central visitam o Hospital Regional

Lizie Antonello

"Agora, cada um tem um conceito de pelo que nós estamos lutando", disse o presidente da Associação dos Municípios da Região Centro (AM-Centro), Leocarlos Girardello (PP), prefeito de São Sepé, ao encerrar a visita de 24 prefeitos de municípios da Região Central ao complexo do Hospital Regional em Santa Maria na manhã de ontem.

Além dos prefeitos, alguns vices também conheceram os 20 mil metros quadrados de instalações, prontas desde setembro do ano passado e que ainda não receberam nenhum paciente. 

Sartori não dá garantias de abertura do Regional no seu mandato

Isso porque falta definir quem fará a gestão, falta comprar os equipamentos e também são necessárias obras de manutenção e adaptação aos tipos de serviços que serão prestados, o que implicará em um investimento de cerca de R$ 60 milhões, segundo projeção da Secretaria de Saúde do Estado.

 O montante é quase o equivalente (85%) ao que foi investido na construção – em torno de R$ 70 milhões, em valores atualizados.

A parte do serviço referente a correções do projeto deverá ser feita pela mesma empresa que construiu os prédios, a Portonovo Empreendimentos e Construções Ltda. Outra parte, a de manutenção, incluirá, entre outros reparos, o conserto no forro de gesso – parte que fica sobre um corredor caiu com o vento e a chuvarada dos últimos dias. Essa obra depende de licitação e já estaria sendo providenciada pelo governo estadual.

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

O objetivo da visita dos prefeitos ao complexo, traduzida pela frase de Girardello, ocorreu para mobilizar a região. A ideia é unir forças e pressionar os governos estadual e federal pela abertura do Regional.

Em passagem pela cidade, na última sexta-feira, o governador José Ivo Sartori (PMDB) disse que não poderia garantir a abertura do hospital até o final de sua gestão, em 2018.

Ontem, ao guiar o grupo pelo complexo, Roberto Schorn, à frente da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS), tentou acalmar os prefeitos. Ele disse que conversou, nesta semana, com o secretário de Saúde do Estado, João Gabbardo dos Reis, e que ouviu do gestor que a situação do hospital estava bem encaminhada.

Lideranças se unem para cobrar abertura do Hospital Regional

Schorn também esclareceu a declaração dada pelo governador:

– Quer dizer que o Estado não tem condições de abrir. Ele não disse que não vai abrir. Depende do Ministério da Saúde e de parcerias.

O coordenador regional falou ainda que algumas instituições de saúde já estiveram visitando o complexo, mas que não poderia dizer quais para não criar expectativas. Reafirmou que o hospital atenderá especialidades de traumatologia e neurologia, terá um ambulatório para pacientes de doenças crônicas e uma ala de reabilitação. E que o plano de operação elaborado pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, traz outras possibilidades para o futuro.

Para além da pressão política, o que os administradores municipais podem fazer é acionar a bancada gaúcha para conseguir verbas por meio de emendas parlamentares.

– A nossa missão é ir ao governo estadual, ao federal... Se preciso, ao presidente da República para mostrar o que significa esse hospital para a região e essa montanha de recurso público investida aqui e que até hoje não tem finalidade nenhuma e está se deteriorando – declarou o prefeito Girardello.

Foto: Gabriel Haesbaert / NewCo DSM

Maioria dos gestores não conhecia o complexo e sua estrutura

A presença de prefeitos e vices de 24 municípios no encontro de ontem da AM-Centro e na visita ao Hospital Regional de Santa Maria foi comemorada pela entidade. Do total, nove não estavam representados.

Por mais que o projeto, anunciado em 2003, tenha começado a ser erguido em março de 2010, dos presentes, apenas quatro gestores municipais conheciam o complexo – Jorge Pozzobom, de Santa Maria, Leocarlos Girardello, de São Sepé, Paulo Ricardo Salerno, de Restinga Seca, e João Vestena, de Júlio de Castilhos. Porém, Vestena não tinha visto o prédio depois de pronto:

– O complexo vem a atender uma demanda. É uma realidade que temos que viabilizar o quanto antes. Não imaginava que tivesse esse tamanho e essa qualificação de estrutura.

A expressão entre os visitantes era de espanto ao percorrer o gigante e de tristeza diante do vazio de corredores, quartos, CTIs e demais espaços ainda sem ocupação.

– Chega dar uma tristeza ver isso tudo aqui vazio – disse Salerno, se referindo à superlotação do Hospital Universitário de Santa Maria que recebe pacientes de Restinga Seca e de outras 41 cidades da região.

Aliás, a criação de novos leitos com a abertura do Hospital Regional não é, nem de longe, a solução para os problemas de superlotação no Husm, mas deve ajudar a minimizar a situação.

– É um investimento que a região esperou por tanto tempo e, agora, gostaríamos de ver funcionando, viabilizado. Até porque não temos construção de hospitais em lugar nenhum. Pelo contrário. Estamos assistindo a hospitais com dificuldades ou fechando. Aí tem uma estrutura dessas... A região tem que se mobilizar muito e se organizar para a abertura, sem dúvida. Mas, sem a participação do Estado, não será possível – avaliou o prefeito de Faxinal do Soturno, Clóvis Montagner.

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